A evocação da sua obra e percursos de vida
A propósito do livro Os poderes das mulheres, os poderes dos homens, realizou-se a 19 de Março, no Centro de Cultura e Intervenção Feminista, em Lisboa, uma sessão evocativa do percurso e da obra de Ana Vicente.
A sessão muito concorrida, contou com a presença da autora e as intervenções de Filipa Vicente, Leonor Xavier, Maria João Sande Lemos e Regina Tavares da Silva.
Manuela Tavares em nome da UMAR apresentou a homenageada e o painel de convidadas.
Filipa Vicente, deu o seu testemunho como filha, referindo a importância do trabalho da mãe no despertar de uma consciência feminista desde a infância. Sublinhou, a partilha e a cumplicidade feminista que as une.
Leonor Xavier apontou a coerência de vida de Ana Vicente que se espelha na sua obra. Elege o rigor científico como ponto fulcral da sua obra, mas que não deixa de ser sedutor. O rigor britânico, com o lado hedonista presente no sorriso de Ana Vicente. Fala ainda, da formação católica que leva Ana Vicente à intervenção social e daí por arrasto à militância politica.
Para Maria João Sande Lemos, a coragem das convicções é a grande qualidade de Ana Vicente, que se tem revelado uma pedra fundamental na reforma da Igreja, através do movimento “Nós Somos Igreja”. Refere a importância dos textos escritos por Ana Vicente, quer para o movimento em particular, quer para a Igreja Católica no geral.
Regina Tavares da Silva falou da experiência comum à frente da Comissão da Condição Feminina nos finais dos anos 80 e princípios dos anos 90 do século passado. Salientou o trabalho de informação e comunicação, efectuado pela homenageada, através da imprensa regional e da Crónica Feminina, relativamente às alterações à Lei do Código de Família, em 1978.
Ana Vicente agradeceu emocionada as intervenções, bem como à UMAR, que considera a organização mais participativa e actuante no movimento feminista em Portugal. A tertúlia terminou com a apresentação de um slide show com textos e fotografias de Ana Vicente.
Teresa Sales